5 de dez. de 2011

O SEGREDO DO SUCESSO DAS EMPRESAS FAMILIARES

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Artigo publicado no jornal FOLHA DE LONDRINA, em 05/12/2011, na coluna ABRAHAM SHAPIRO, em Empregos e Concursos

ABRAHAM SHAPIRO

Que 90% das empresas brasileiras são familiares todos já sabem. Trabalhar com quem se tenha uma ligação afetiva, no entanto, é uma das maiores dificuldades para qualquer um. Esta é a razão porque as estatísticas indicam que apenas 15% destas famílias conseguem passar o patrimônio para a terceira geração.

Ter sócios é difícil. E se forem parentes, é também complexo. A começar pelo conceito. Ser ou ter sócio exige consciência perene do significado desta condição: respeitar o espaço do outro por ser tão dono quanto você, dar satisfação e não causar surpesas, ser claro e confiável o tempo todo, e um rol enorme de outras situações nada simples.

Para se conseguir isto, um simples contrato social não basta. O contrato social não trata do exercício da sociedade. Relacionamentos devem ser definidos em um Pacto Familiar – outro contrato que rege funções e poderes, assim como o mecanismo das decisões.

O Pacto Familiar é a base para criação de um Conselho de Família, que será o guardião dos acordos constantes neste contrato e decidirá as questões fundamentais e problemas que surgirem. O Conselho escolhe quem atua diretamente dentro da empresa através da comprovação de competência para a gestão. Se a família tem um membro altamente competente, ele pode ser elegível pelo conselho para ocupar o cargo de diretor executivo. Este diretor tem uma alçada dentro da qual atua. O que exceder este limite, é escopo da análise e decisão do Conselho.

Um conselho bem montado e bem conduzido minimiza conflitos potenciais. Sua ausência significa crises, na certa.




E qual o melhor momento para se fazer um Pacto Familiar? É quando tudo está bem. Nestas horas, os envolvidos geralmente estão mais flexíveis para ouvir opiniões e contrariedades.

Em resumo, dois são os problemas que comprometem o futuro das empresas familiares. O primeiro: quando todos atuam na gestão sem reunir competência para isso – cenário propício para guerras emocionais e outras tragédias. O segundo problema é quando a empresa depende da organização da família para sobreviver. Se a família vai mal, a empresa, em médio prazo, está condenada.

Uma frase do mestre Peter Drucker faz-nos refletir. E é com ela que eu fecho o boletim de hoje: "A empresa e a família somente sobreviverão e se sairão bem se a família servir à empresa e não o contrário".
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473