8 de mar. de 2010

HUMANOS, MAS NÃO TANTO

O artigo abaixo é da coluna Profissão Atitude, publicada às segundas-feiras no JL - Jornal de Londrina. Interessados em remeter feedbacks à redação, faça-o através do e-mail leitorjl@jornaldelondrina.com.br


ABRAHAM SHAPIRO especial para o JL - Jornal de Londrina, publicado nesta data


Há cinco meses, promovi um workshop com a proposta de resolver um sério problema dos profissionais de vendas. Muitos deles vivem um desconforto quando se defrontam com novos clientes ou entram em negociações. Mesmo os mais experientes ficam ansiosos e perdem o autocontrole ou o domínio da situação. O evento oferecia soluções práticas.

Naquela ocasião, contratamos uma profissional de telemarketing para falar com os RH´s das empresas a quem anteriormente havíamos enviado folders informativos. Ela perguntava sobre a necessidade e interesse dos vendedores participarem do evento. Algumas das respostas que foram dadas entraram para uma galeria de preciosidades verbais que iniciamos naquela ocasião. Confira: “Desculpe, nossa empresa não tem problemas de venda”, “Vender não é o foco da nossa companhia”. Estas duas refletem a média das declarações.
Certa vez, um diretor de indústria desabafou comigo: “Não entendo a guerra no Oriente Médio e nem as mudanças climáticas do planeta. Mas difícil mesmo é entender a cabeça de alguns RH´s”. Conheço muitos profissionais de alto nível em Recursos Humanos. Mas lamentavelmente há um pelotão preocupante de idiotas fazendo pose de gestores. E o pior, ganhando como gestores.
Prestação de serviços é atualmente a maior inspiração com que os colaboradores de qualquer empresa devem motivar-se. Faz nascer o espírito de cooperação, une as diferenças, gera sinergia, garante resultados.
Atendimento e prestação de serviços são os maiores atributos de um RH que preste. Dele é que se supõe partir o exemplo através do qual todos os demais farão reflexo interna e externamente à empresa. Seus integrantes, portanto, devem ser sensíveis e hábeis em detectar necessidades dos trabalhadores que gerenciam. Devem ser maduros e aptos a contribuir nas decisões de negócios da empresa com visão sistêmica de causa e efeito destas decisões.
Como vai o RH de sua empresa? Há um líder encabeçando-o? Ou será um tolo – ou tola – capaz de dar outra resposta daquelas? Talvez bem intencionado, sim, mas não despreze as chances dele lançar “fogo amigo” e causar estragos a qualquer instante. Quantas oportunidades, aliás, já não devem ter passado bem perto de você, e acabaram rejeitadas por alguém que, sem a menor ideia dos objetivos primários do seu negócio, confessou algo parecido com: “Não é o foco da nossa empresa”?
Culpa do sistema? Tantas faculdades tomando alunos como professores! Não é para menos!
Seja prudente. Certifique-se de quais sejam os verdadeiros “recursos” de que o seu RH tem cuidado! Avalie. Não se deixe convencer de nada sem um diagnóstico especializado. Atenha-se à realidade e abra os olhos. Qualquer sintoma desprezível poderá esconder grave doença à avaliação acurada!
Cuide bem das pessoas. Delas é que depende a sua vitória. Ou a sua derrota.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473