18 de mar. de 2013

SISTEMA NENHUM RESOLVE A BAGUNÇA DA EMPRESA

ABRAHAM SHAPIRO


Pequenas e médias empresas brasileiras com algum tempo de mercado chegaram ao presente graças a boas vendas e a resultados que lhes deram sustentação. Porém, não é errado dizer que muitas são desorganizadas – e como são! Trabalham sem procedimentos padronizados, com alta demanda de tempo de seus funcionários e o cotidiano de todo o seu staff é vivido em meio a circunstâncias que fazem dos gestores verdadeiros bombeiros pelo volume de incêndios que têm de apagar.
Cenário amador.
Quanto ao clima? Amplamente adverso àquele que os mais simples livros de Organização e Métodos ensinam.
Então, certo dia, chega alguém com uma fantástica proposta: a compra de um Sistema de Gestão Empresarial. A ideia é atrativa.
O que se vê depois? O desembolso de um valor alto na compra do programa e de máquinas novas, e a assinatura de um contrato com a empresa do software para implantação e manutenção. Isto é só uma breve introdução ao caos que trará consigo atrasos, queda na produção,  perda de clientes e outros males incalculáveis para a vida das pessoas e para o funcionamento desta companhia.
Se você ainda não viveu essa experiência, agradeça por não ter conhecido o inferno.
Mas não é uma regra. Ao contrário. É a exceção. Onde está o problema?
Primeiro: a tradicional, velha e cômoda bagunça – a falta de organização que quase todo mundo odeia enfrentar. Uma empresa profissional terá processos e padrões que funcionam manualmente. Só depois é que irá migrar para um sistema.
Segundo: Sistema de Gestão nenhum é o Messias, ou Salvador da Pátria. Ele não resolve todos os problemas.  Trata-se de uma cultura organizacional que requer planejamento para ser implantada e mantida. Exige preparo. Necessita de invistimento forte na educação de todos – antes, durante e depois de sua posta em funcionamento.
Não cometa este erro – por melhores intenções que você e seu pessoal tenham. Procure a instrução de especialistas antes de investir em um sistema de gestão. No final, você verá que a marca do software pouca ou nenhuma diferença faz em transferir para o computador aquilo que os seus funcionários já souberem fazer manualmente de modo coordenado e racional.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é simplicidade. É autor do livro "Torta de Chocolate não Mata a Fome - Inspirações para a Vida, o Trabalho e os Relacionamentos", Editora nVersos, 2012. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473