16 de dez. de 2009

PREÇO, PREÇO, PREÇO!

ABRAHAM SHAPIRO

A mulher entra no açougue e pergunta o preço do filé.

- Trinta e cinco reais – diz o açougueiro.

- Tudo isso? – ela grita. Virando a esquina o Seo Francisco vende a trinta e dois.

- E por que a senhora não compra lá?

- Porque está fechado – a mulher responde.

- Olhe aqui, senhora – contesta o açougueiro. Assim que o meu estoque acabar, vou anunciar que estou vendendo a trinta o quilo, e aposto que este preço será imbatível.

A guerra de preços acaba produzindo, sempre, situações irracionais de concorrência.

Dirigi uma convenção de vendedores semana passada na qual realizei o leilão da nota de vinte reais – um caso clássico da negociação. Quem der o maior lance leva a nota. Mas a regra é um pouco diferente dos leilões comuns. Ela exige que o segundo colocado tenha que pagar o lance que tiver feito. E ele nada levar em troca.

Imagine como isto se passa. No caso da convenção, o vencedor ganhou com um lance de R$ 25,00, ou seja, ele teve um prejuízo de R$ 5,00. O segundo colocado desembolsou o valor de seu lance, R$ 24,50. Veja bem: vinte reais foram vendidos por R$ 49,50.

Como isto é possível? A explicação está na irracionalidade desta concorrência. O que está em segundo lugar não quer perder e, como será obrigado a desembolsar a totalidade de seu lance, ele puxa a concorrência acima do valor da nota em leilão.

O mesmo ocorre na redução de preços para atrair clientela, só que com os valores para baixo.

A verdade, vou enunciá-la aqui. Concorrência baseada em preço sempre acaba em prejuízo. Ninguém ganha usando como arma apenas o preço. Os malucos terão a ilusão de que venceram. Mas no balanço, verão que acabaram mal.
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Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes. Sua filosofia de trabalho, em uma só palavra, é: simplicidade. Contatos: shapiro@shapiro.com.br ou (43) 8814 1473